Atividade Física e Nutrição para uma vida melhor

Mais músculos e menos gordura

Você pode queimar gordura e construir músculos, mas uma célula de gordura nunca se transformará em uma célula muscular. A gordura corporal é um local de armazenamento, onde nosso corpo deposita energia extra quando consumimos mais calorias por dia do que queimamos. Se alguém continua a consumir mais calorias do que necessita, o tamanho de suas células de gordura existentes aumenta. Quando nós "queimamos gordura" estamos na verdade, encolhendo o tamanho de nossas células de gordura, utilizando a energia que foi armazenada. Há também um número fixo de células musculares, por isso, quando dizemos que estamos construindo músculos, na verdade, as células musculares individuais estão aumentado de tamanho, ou seja, de volume. Se você queima gordura e aumenta sua musculatura, a balança provavelmente continuará igual, mas suas medidas estarão menores. Issa acontece porque a gordura ocupa mais espaço que o músculo, isto é, o mesmo volume de músculo pesa menos que o mesmo volume de gordura. 
Se o seu objetivo principal é emagrecer e melhorar a forma corporal, em vez de subir na balança, considere a medição de sua composição corporal. Métodos para avaliar a composição corporal (massa magra versus massa de gordura corporal) podem ajudar a dar uma idéia mais exata do que compõe seu corpo. Consulte um Personal Trainer para ajuda-lo a determinar um plano de exercícios que seja mais adequado para você. Se seguir um programa alimentar e de exercícios adequado, você poderá notar que seu peso na balança não se alterará muito no inicio, mas vai perceber que suas medidas vão melhorar. Com o tempo você pode ganhar massa muscular e queimar gordura através de uma variedade de atividades, incluindo corrida e musculação, além de combinações de outras formas de exercícios aeróbios e exercícios anaeróbios. 
Mas atenção: o corpo de adapta à rotina de exercícios, tanto as que exigem esforços cardiorrespiratórios (corrida), como aqueles que exigem força muscular (musculação). Após semanas ou meses de treinamento, os exercícios passam a ser feitos sem esforço e por isso não dão mais resultado. Para experimentar a melhora contínua do condicionamento físico, é preciso desafiar o seu corpo, fazendo seus exercícios progressivamente mais difíceis. Procure manter o equilíbrio e evitar os extremos. Ao tentar perder gordura, é importante trabalhar na preservação muscular. Quem só corta calorias, freqüentemente perde massa magra (ou massa muscular) do corpo e consequentemente diminui seu metabolismo. Envolver-se na formação da resistência cardiorrespiratória e na manutenção da massa muscular ajuda tanto na saúde óssea como no tônus muscular. 
Perder gordura e ganhar músculo não requer milagres, mas envolve uma abordagem inteligente sobre exercícios e nutrição.

Açúcar pode viciar como cocaína?

Que o açúcar não é bom para a saúde todo mundo já sabe. Mas que ele pode causar transformações cerebrais capazes de tornar seu consumo tão vicioso quanto o da cocaína ou do álcool é novidade.
Pois é isso que têm defendido alguns especialistas norte-americanos do Brookhaven National Laboratory. De acordo com os pesquisadores do instituto, quando consumido, o açúcar estimula a liberação de dopamina na mesma parte do cérebro que é acionada em viciados em cocaína ao ingerirem ou apenas verem uma porção da droga. Juntando essa informação com a já sabida de que o consumo de guloseimas libera opióides (substâncias produzidas pelo organismo que promovem a sensação de euforia, assim como o ópio), chega-se à conclusão que a ação conjunta da dopamina com o opióide potencializa uma série de reações químicas de tal forma que elas podem acontecer toda vez que a pessoa pensa (só pensa) em comida, mesmo sem estar com fome.
E o açúcar é o principal gatilho dos opióides no cérebro. Quando privado dessa substância, seja ela vinda de drogas ou de doces, o organismo passa a reagir com variações de humor semelhantes às de uma crise de abstinência de um viciado. "Quando estamos infelizes, automaticamente sentimos desejo por algo doce. Sabemos, inconscientemente, que ele irá trazer uma sensação de bem estar. Mas é apenas a curto prazo", diz o australiano David Gillespie, autor da série de livros "Sweet Poison" (em português "Doce Veneno"). "Um viciado sente um alívio e um prazer enorme instantaneamente, mas, na realidade, ele está apenas fazendo com que seu corpo aja como deveria agir normalmente. Ou seja, ele ão precisaria consumir o açúcar para sentir essa sensação de bem estar se não tivesse acostumado o cérebro a liberar essas substâncias apenas quando o corpo produz insulina. E não se sentiria deprimido quando privado de açúcar", afirma.
Gillespie defende que nós não precisamos consumir açúcar além do que já vem embutido em certos alimentos, como nas frutas (frutose) e nos carboidratos (glicose). "O açúcar refinado é metade glicose, metade frutose. A glicose é aproveitada pelo nosso corpo como combustível, é o que nos dá energia, já a frutose, por sua vez, é automaticamente convertida em gordura pelo fígado", diz. "Portanto, quanto maior a quantidade de glicose ingerida, maiores as taxas de açúcar que circulam pela corrente sanguínea, o que pode desenvolver doenças como diabetes tipo 2, por exemplo".
A endocrinologista Maria Edna de Melo, da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) acha exagero comparar o vício em açúcar ao vício em cocaína. "Comparo mais aos efeitos do vício em cafeína, que também pode gerar crises de abstinência", afirma. "Algumas pessoas têm maior predisposição a se viciar em açúcar, mas é a mesma variação genética que está associada ao comportamento compulsivo alimentar."



Fonte: Revista Marie Claire de 04/07/2011